quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O Desejado de Todas as Nações ( DTN ). Capitulo 1

Capítulo 1 — “Deus conosco” Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: ”Deus conosco)”. Mateus 1:23. O brilho do “conhecimento da glória de Deus” vê-se “na face de Jesus Cristo”. Desde os dias da eternidade o Senhor Jesus Cristo era um com o Pai; era “a imagem de Deus”, a imagem de Sua grandeza e majestade, “o resplendor de Sua glória”. Foi para manifestar essa glória que Ele veio ao mundo. Veio à Terra entenebrecida pelo pecado, para revelar a luz do amor de Deus, para ser “Deus conosco”. Portanto, a Seu respeito foi profetizado: “Será o Seu nome Emanuel”. Isaías 7:14. Vindo habitar conosco, Jesus devia revelar Deus tanto aos homens como aos anjos. Ele era a Palavra de Deus — o pensamento de Deus tornado audível. Em Sua oração pelos discípulos, diz: “Eu lhes fiz conhecer o Teu nome” — misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade — “para que o amor com que Me tens amado esteja neles, e Eu neles esteja”. João 17:23. Mas não somente a Seus filhos nascidos na Terra era feita essa revelação. Nosso pequenino mundo é o livro de estudo do Universo. O maravilhoso desígnio de graça do Senhor, o mistério do amor que redime, é o tema para que “os anjos desejam bem atentar”, e será seu estudo através dos séculos sem fim. Mas os seres remidos e os não caídos encontrarão na cruz de Cristo sua ciência e seu cântico. Ver-se-á que a glória que resplandece na face de Jesus Cristo é a glória do abnegado amor. À luz do Calvário se patenteará que a lei do amor que renuncia é a lei da vida para a Terra e o Céu; que o amor que “não busca os seus interesses” (1 Coríntios 13:5) tem sua fonte no coração de Deus; e que no manso e humilde Jesus se manifesta o caráter dAquele que habita na luz inacessível ao homem. No princípio, Deus Se manifestava em todas as obras da criação. Foi Cristo que estendeu os céus, e lançou os fundamentos da Terra. Foi Sua mão que suspendeu os mundos no espaço e deu forma às flores do campo. “Ele converteu o mar em terra firme”. Salmos 66:6. “Seu é o mar, pois Ele o fez”. Salmos 95:5. Foi Ele quem encheu aTerra de beleza, e de cânticos o ar. E sobre todas as coisas na terra, no ar e no firmamento, escreveu a mensagem do amor do Pai. Ora, o pecado manchou a perfeita obra de Deus, todavia permanecem os traços de Sua mão. Mesmo agora todas as coisas criadas [10] declaram a glória de Sua excelência. Não há nada, a não ser o cora- ção egoísta do homem, que viva para si. Nenhum pássaro que fende os ares, nenhum animal que se move sobre a terra, deixa de servir a qualquer outra vida. Folha alguma da floresta, nem humilde haste de erva é sem utilidade. Toda árvore, arbusto e folha exalam aquele elemento de vida sem o qual nenhum homem ou animal poderia existir; e animal e homem servem, por sua vez, à vida da folha, do arbusto e da árvore. As flores exalam sua fragrância e desdobram sua beleza em bênção ao mundo. O Sol derrama sua luz para alegrar a mil mundos. O próprio oceano, a origem de todas as nossas fontes, recebe as correntes de toda a terra, mas recebe para dar. Os vapores que lhe ascendem ao seio caem em chuveiros para regar a terra a fim de que ela produza e floresça. Os anjos da glória acham seu prazer em dar — dar amor e infatigável cuidado a almas caídas e contaminadas. Seres celestiais buscam conquistar o coração dos homens; trazem a este mundo obscurecido a luz das cortes em cima; mediante um ministério amável e paciente operam no espírito humano, para levar os perdidos a uma união com Cristo, mais íntima do que eles próprios podem avaliar. Volvendo-nos, porém, de todas as representações secundárias, contemplamos Deus em Cristo. Olhando para Jesus, vemos que a glória de nosso Deus é dar. “Nada faço por Mim mesmo” (João 8:28), disse Cristo; “o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai”. João 6:57. “Eu não busco a Minha glória” (João 8:50), mas “a dAquele que Me enviou”. João 7:18. Manifesta-se nestas palavras o grande princípio que é a lei da vida para o Universo. Todas as coisas Cristo recebeu de Deus, mas recebeu-as para dar. Assim nas cortes celestes, em Seu ministério por todos os seres criados: através do amado Filho, flui para todos a vida do Pai; por meio do Filho ela volve em louvor e jubiloso serviço, uma onda de amor, à grande Fonte de tudo. E assim, através de Cristo, completa-se o circuito da beneficência, representando o caráter do grande Doador, a lei da vida. “No próprio Céu foi quebrantada essa lei. O pecado originou-se na busca dos próprios interesses. Lúcifer, o querubim cobridor, desejou ser o primeiro no Céu. Procurou dominar os seres celestes, afastá-los de seu Criador, e receber-lhes, ele próprio, as homenagens. Portanto, apresentou falsamente a Deus, atribuindo-Lhe o desejo de exaltação própria. Tentou revestir o amorável Criador com suas pró- prias más características. Assim enganou os anjos. Assim enganou os homens. Levou-os a duvidar da palavra de Deus, e a desconfiar de Sua bondade. Como o Senhor seja um Deus de justiça e terrível majestade, Satanás os fez considerá-Lo como severo e inclemente. Assim arrastou os homens a se unirem com ele em rebelião contra Deus, e as trevas da miséria baixaram sobre o mundo. A Terra obscureceu-se devido à má compreensão de Deus. Para que as tristes sombras se pudessem iluminar, para que o mundo pudesse volver ao Criador, era preciso que se derribasse o poder [11] enganador de Satanás. Isso não se podia fazer pela força. O exercício da força é contrário aos princípios do governo de Deus; Ele deseja unicamente o serviço de amor; e o amor não se pode impor; não pode ser conquistado pela força ou pela autoridade. Só o amor desperta o amor. Conhecer a Deus é amá-Lo; Seu caráter deve ser manifestado em contraste com o de Satanás. Essa obra, unicamente um Ser, em todo o Universo, era capaz de realizar. Somente Aquele que conhecia a altura e a profundidade do amor de Deus, podia torná-lo conhecido. Sobre a negra noite do mundo, devia erguer-Se o Sol da Justiça, trazendo salvação “sob as Suas asas”. Malaquias 4:2. O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação “do mistério que desde tempos eternos esteve oculto”. Romanos 16:25. Foi um desdobramento dos princípios que têm sido, desde os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. Desde o princípio, Deus e Cristo sabiam da apostasia de Satanás, e da queda do homem mediante o poder enganador do apóstata. Deus não ordenou a existência do pecado. Previu-a, porém, e tomou providências para enfrentar a terrível emergência. Tão grande era Seu amor pelo mundo, que concertou entregar Seu Filho unigênito “para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16. Lúcifer dissera: “Subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono. [...] Serei semelhante ao Altíssimo”. Isaía14:13, 14. Mas Cristo, “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens”. Filipenses 2:6, 7. Foi um sacrifício voluntário. Jesus poderia haver permanecido ao lado de Seu Pai. Poderia haver retido a glória do Céu, e as homenagens dos anjos. Mas preferiu entregar o cetro nas mãos de Seu Pai, e descer do trono do Universo, a fim de trazer luz aos entenebrecidos, e vida aos que estavam quase a perecer. Cerca de dois mil anos atrás, ouviu-se no Céu uma voz de misteriosa significação, saída do trono de Deus: “Eis aqui venho.” “Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo Me preparaste. [...] Eis aqui venho (no rolo do livro está escrito de Mim), para fazer, ó Deus, a Tua vontade”. Hebreus 10:5-7. Nestas palavras anuncia-se o cumprimento do desígnio que estivera oculto desde tempos eternos. Cristo estava prestes a visitar nosso mundo, e a encarnar. Diz Ele: “Corpo Me preparaste.” Houvesse aparecido com a glória que possuía com o Pai antes que o mundo existisse, e não teríamos podido resistir à luz de Sua presença. Para que a pudéssemos contemplar e não ser destruídos, a manifestação de Sua glória foi velada. Sua divindade ocultou-se na humanidade — a glória invisível na visível forma humana. Esse grande desígnio havia sido representado em tipos e símbolos. A sarça ardente em que Cristo apareceu a Moisés, revelava [12] Deus. O símbolo escolhido para representação da Divindade foi um humilde arbusto que, aparentemente, não tinha nenhuma atração. Abrigou, porém, o Infinito. O Deus todo-misericordioso velou Sua glória num símbolo por demais humilde, para que Moisés pudesse olhar para ela e viver. Assim na coluna de nuvem de dia e na de fogo à noite, Deus Se comunicava com Israel, revelando aos homens Sua vontade e proporcionando-lhes graça. A glória de Deus era restringida, e Sua majestade velada, para que a fraca visão de homens finitos a pudesse contemplar. Da mesma maneira Cristo devia vir no “corpo abatido” (Filipenses 3:21), “semelhante aos homens”. Aos olhos do mundo, não possuía beleza para que O desejassem; e não obstante era o encarnado Deus, a luz do Céu na Terra. Sua glória estava encoberta, Sua grandeza e majestade ocultas, para que pudesse atrair a Si os tentados e sofredores.Por Sua humanidade, Cristo estava em contato com a humanidade; por Sua divindade, firma-Se no trono de Deus. Como Filho do homem, deu-nos um exemplo de obediência; como Filho de Deus, dá-nos poder para obedecer. Foi Cristo que, do monte Horebe, falou a Moisés, dizendo: “Eu Sou o Que Sou. [...] Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós”. Êxodo 3:14. Foi esse o penhor da libertação de Israel. Assim, quando Ele veio “semelhante aos homens”, declarou ser o EU SOU. O Infante de Belém, o manso e humilde Salvador, é Deus manifestado “em carne”. 1 Timóteo 3:16. A nós nos diz: “Eu Sou o Bom Pastor”. João 10:11. “Eu Sou o Pão Vivo”. João 6:51. “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. João 14:6. “É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra”. Mateus 28:18. Eu Sou a certeza da promessa. Sou Eu, não temais. “Deus conosco” é a certeza de nossa libertação do pecado, a segurança de nosso poder para obedecer à lei do Céu. Baixando a tomar sobre Si a humanidade, Cristo revelou um caráter exatamente oposto ao de Satanás. Desceu, porém, ainda mais baixo na escala da humilhação. “Achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”. Filipenses 2:8. Como o sumo sacerdote punha de parte suas suntuosas vestes pontificais, e oficiava no vestuário de linho branco, do sacerdote comum, assim Cristo tomou a forma de servo, e ofereceu sacrifício, sendo Ele mesmo o sacerdote e a vítima. “Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele”. Isaías 53:5. Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. “Pelas Suas pisaduras fomos sarados”. Isaías 53:5. Pela Sua vida e morte, Cristo operou ainda mais do que a restauração da ruína produzida pelo pecado. Era o intuito de Satanás causar entre o homem e Deus uma eterna separação; em Cristo, porém, chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se nunca houvéssemos pecado. Ao tomar a nossa natureza, o Salvador ligou-Se à humanidade por um laço que jamais se partirá. Ele nos estará ligado por toda a eternidade. “Deus amou o mundo de tal ma-pequenino mundo, sob a maldição do pecado, a única mancha escura de Sua gloriosa criação, será honrado acima de todos os outros mundos do Universo de Deus. Aqui, onde o Filho de Deus habitou na humanidade; onde o Rei da Glória viveu e sofreu e morreu — aqui, quando Ele houver feito novas todas as coisas, será o tabernáculo de Deus com os homens, “com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus”. Apocalipse 21:4. E através dos séculos infindos, enquanto os remidos andam na luz do Senhor, hão de louvá-Lo por Seu inefável Dom — Emanuel, [15] “Deus Conosco”

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

E se o mar não abrir? E o faraó nos alcançar? Nós não vamos desistir, não vamos duvidar!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

As 7 Trombetas do Apocalipse

trombetas
Jesus nos dá, em Sua revelação do Apocalipse, uma visão profética tridimensional do que finalmente chegaria a ser a história desde os dias apostólicos até o tempo do fim:
1) as sete igrejas,
2) os sete Selos,
3) as sete trombetas.
A profecia das sete igrejas nos revela a história religiosa da era cristã, salientando suas faltas e prometendo o galardão aos vencedores. Nessa profecia Deus destaca Seu interesse e amor por Seu povo. Os sete selos profetizam a história social da era cristã, expondo especialmente o triste processo da apostasia. Também se apresenta a Deus controlando a História e dando fim à dor e ao sofrimento. As sete trombetas pintam a história militar que ocorreria na era cristã em relação com a igreja.
As primeiras quatro trombetas ( Apocalipse 8:6-13 ) mostram a desintegração do império romano (tanto do oriente como do ocidente), fustigado pelas tribos bárbaras, as quais prepararam caminho para Roma papal. Tanto Daniel como o Apocalipse profetizam que este poder religioso perseguiria durante 1.260 anos os que cressem na Bíblia.
A quinta e sexta trombetas ( Apocalipse 9:1-21 ) descrevem a investida das tribos maometanas, sob o comando de vários líderes, constituindo-se em outro poder que lutaria contra o cristianismo.
A sétima Trombeta nos leva aos eventos do Tempo do Fim e a Segunda vinda.

AS 4 PRIMEIRAS TROMBETAS (Apocalipse 8:6-13)
Trombetas são símbolos de guerras conforme Jeremias 4:19-21 e I Coríntios 14:8. As 4 Primeiras anunciam a dissolução de Roma Ocidental. É sobre elas que estudaremos a seguir:
Apocalipse 8:6 Então os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.
7 O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, que foram lançados na terra; e foi queimada a terça parte da terra, a terça parte das árvores, e toda a erva verde.
O Império Romano em 311 foi dividido entre Constantino, Licínio e Maximínio. Após a morte de Constantino em 337 foi repartido entre seus 3 filhos: Constantino II, Constante e Constâncio. O primeiro ficou com a Bretanha, a Gália e a Espanha, o segundo com a Itália, Ilíria e o norte da Africa, e o terceiro com Constantinopla e o oriente. De 395 a 410 DC, foi invadida a TERÇA PARTE do Império Romano, a saber, a parte central, pelos Godos sob o comando de ALARICO. Os invasores são simbolizados pela saraiva, pois vinham das regiões gélidas do norte da Europa. Este Bárbaros traziam consigo sua familia e vinham dispostos a se estabalecerem. Pelo “fogo” fizeram grandes devastações, tanto nas cidades como nos campos e derramaram muito sangue.
A Segunda Trombeta
Apoc 8:8 O segundo anjo tocou a sua trombeta, e foi lançado no mar como que um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.
9 E morreu a terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte dos navios.
O historiador EDUARDO GIBBON EM SEU LIVRO DECLINE AND FALL OF THE ROMAN EMPIRE, que numa tentativa dos romanos de despojar Genserico do domínio do mar, partiu rumo a Cartago uma frota de 1113 navios com mais de 100 mil homens. Genserico pediu maliciosamente 5 dias de prazo para negociar sua rendição. Tripulou seus navios com material inflamável e os arremeteu contra a frota romana, destruindo pelo fogo quase a metade de seus efetivos.

A Terceira Trombeta
Apoc 8:10 O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas.
11 O nome da estrela era Absinto; e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.Fala-se aqui dos Hunos sob comando de ÁTILA entre 433-453 DC. Como um cometa ele arremeteu contra Roma. o Absinto simboliza as amargas conseguencias de sua invasão. Ele pilhou o norte da Itália e a Gália. O próprio ÁTILA, cumprindo inconscientemente a profecia, se intitulava O FLAGELO DE DEUS. A maior batalha que ele travou foi de Chalons, na Gália em 451, onde segundo os historiadores, de seus 700 mil guerreiros tombaram no mínimo 150 mil. Tombado Átila fugiu para a Hungria onde morreu em 453.
A Quarta Trombeta
Apoc 8:12 O quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhante, e semelhantemente a da noite.
13 E olhei, e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra! por causa dos outros toques de trombeta dos três anjos que ainda vão tocar.
Em 476 ODOACRO, a frente dos Hérulos tomou posse de Roma. A terça parte do sol, lua e estrelas deixaram de brilhar (a realeza, o consulado e o senado respectivamente). Caiu então a parte ocidental do Império Romano, abrindo caminho para a ascenção do anticristo, que se sentaria em Roma e cuidaria em mudar a Lei de Deus reinando por 3 anos e meio (1260 dias/ anos). (Daniel 7:25)
A QUINTA E A SEXTA TROMBETAS: ROMA ORIENTAL
A quinta e sexta trombetas (Apocalipse 9:1-21) descrevem a investida das tribos maometanas, sob o comando de vários líderes, constituindo-se em outro poder que lutaria contra o cristianismo.
A quinta Trombeta
»APOCALIPSE [9]
1 O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caíra sobre a terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo.
2 E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como fumaça de uma grande fornalha; e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.
3 Da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra.
4 Foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na fronte o selo de Deus.
5 Foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem. E o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.
6 Naqueles dias os homens buscarão a morte, e de modo algum a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles.
7 A aparência dos gafanhotos era semelhante à de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre as suas cabeças havia como que umas coroas semelhantes ao ouro; e os seus rostos eram como rostos de homens.
8 Tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como os de leões.
9 Tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros de muitos cavalos que correm ao combate.
10 Tinham caudas com ferrões, semelhantes às caudas dos escorpiões; e nas suas caudas estava o seu poder para fazer dano aos homens por cinco meses.
11 Tinham sobre si como rei o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom e em grego Apoliom.
12 Passado é já um ai; eis que depois disso vêm ainda dois ais.
Aqui encontramos descritos o Império de Maomé. Resumindo a história (para mais informações busque sites na internet) Maomé afirmou que recebeu a visita do Anjo Gabriel que lhe trouxe a mensagem do céu.
Uma dessas mensagens é que Jesus não era o Filho de Deus, mas apenas um profeta. Temos um problema aqui. 600 anos antes o mesmo Anjo aparecera a Maria dizendo que Jesus era o Filho do Altíssimo (Lucas 1:32). Ele mudou de idéia?
Lembrando que a profecia indica que Maomé tinha sobre si o Anjo do Abismo (Apoliom). sabemos que um anjo se rebelou e o mais impressionante, de acordo com Paulo ele se disfarça de anjo de Luz:
II Coríntios 11:14 E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz.
Assim sabemos que não foi Gabriel quem apareceu a Maomé, mas alguem se passando por ele! Satanás, mediante Maomé uniu algumas noções das escrituras a sua volta para criar uma religião forte. Aboliu a idolatria dos árabes e pela força da espada converteu em poucas decadas todo o oriente médio.
A Bíblia declara que ninguem deve ser forçado a nada:Zacarias 4:6 Ele me respondeu, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos.
Maomé prometia o Céu aos que matassem o maior número de incrédulos. Mas a Bíblia diz:
João 16:2 Expulsar-vos-ão das sinagogas; ainda mais, vem a hora em que qualquer quevos matar julgará prestar um serviço a Deus. 3 E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim.
Assim o Islamismo foi uma criação deturpada do evangelho de Deus. O poço do abismo são os desertos da arábia e o escurecimento provocado pelo fumo que subiu do abismo, refere-se a propagação das doutrinas pelos 3 continentes vizinhos.
Apoc 9:4 Foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na fronte o selo de Deus.
Maomé foi seguido em 632 por Abubekr que deu a seguinte ordem a seus guerreiros: PERDOAI AS MULHERES, OS VELHOS, AS CRIANÇAS, AS SEARAS, AS FRUTAS E OS ANIMAIS. EM VOSSA MARCHA ENCONTRAREIS RELIGIOSOS QUE VIVEM ME MOSTEIROS~…NÃO OS DEGOLEIS E NEM DESTRUAS SEUS ASILOS.
Referência: Cezare Cantu, História Universal, Vol 9, capi 1, pag 261.
Foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem.
De fato os que tinham o selo de Deus, os cristãos puderam viver entre os mulçumanos. Não eram mortos, mas seriam atormentados por 5 meses.
Profeticamente 1 dia, vale 1 ano. Veja Números 14:34 e Ezequiel 4:6)
Sendo assim cinco meses equivalem a 150 dias que são iguais a 150 anos. Desde a morte de Maomé até o século 13 os mulçumanos permaneceram dividos em diversas tribos, não havendo um grande governo sobre todos. Em 27 DE JULHO DE 1299. Otman reuniu estas facções e fundou o IMPÉRIO OTOMANO. Durante este tempo os mulçumanos investiram contra a Grécia, sem grandes resultados. Contando 150 anos chegamos até 27 DE JULHO DE 1449. Nesta data os mulçumanos venceram a Grécia e tiveram domínio no oriente da Europa. Isto impediu a passagem dos Europeus pro oriente e favoreceu a descoberta da América.
5 MESES = 150 DIAS = 150 ANOS. DE 27 de Julho de 1299 até 27 de Julho de 1449.

A Sexta Trombeta

Apoc 9:13
O sexto anjo tocou a sua trombeta; e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus,
14 a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que se acham presos junto do grande rio Eufrates.
O Rio Eufrates simboliza os reinos abrangidos por este rio, entre eles o Império Turco/Otomano. Os 4 anjos são os 4 principais sultanatos em que se dividia o Império: Alepo, Icônio, Damasco e Bagdá. Eles receberiam poder para atormentar e matar. Em 1449 morreu o Imperador João Paleólogo da Grécia e ela foi submetida a supremacia de AMURATH II, assinalando o fim da 5° e ínicio da sexta trombeta:
Apoc 9:15 E foram soltos os quatro anjos que haviam sido preparados para aquela hora e dia e mês e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens.
Como 1 dia, vale 1 ano em profecia temos
1 ano = 360 anos
1 Mês= 30 anos
1 dia= 1 ano
1 hora= 15 dias
Total de 391 anos e 15 dias
Este período se estende de 27 de Julho de 1449 quando foram tiradas as restrições impostas aos Otomanos, até 11 de Agosto de 1840, data em que o Império Otomano PERDEU SUA SUPREMACIA para as 4 potências cristãs da Europa (principalmente Inglaterra e depois no século 20, Estados Unidos)
Apoc 9:18 Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam das suas bocas.
Alusão as armas inventadas pelos turcos, no século 13.

A SÉTIMA TROMBETA

Apoc 11:15
E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.
16 E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus,
17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, porque tens tomado o teu grande poder, e começaste a reinar.
Vozes no Céu anunciam a proximidade da segunda vinda, quando Jesus reinará sobre a Terra. O anuncio da proclamação da segunda vinda começou por volta de 1840 nos EUA e hoje se estende por quase todo o mundo.
Apoc 11:18 Iraram-se, na verdade, as nações;
A ira das nações se aplica as revoluções do século 19 e 20, as muitas guerras civis, à 1° e 2° Guerras Mundiais que totalizam mais de 100 milhões de mortos
Apoc 11:18…então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.
A ira de Deus se consuma com as 7 PRAGAS E A SEGUNDA VINDA. É “chegado o tempo de Deus destruir os que destroem a Terra”, uma clara referência a ECOLOGIA.
O BURACO NA CAMADA DE OZONIO E A DESTRUIÇÃO DA NATUREZA SE TORNARAM AMPLAMENTE CONHECIDAS APÓS A DÉCADA DE 1970.
Apoc 11:19 Abriu-se o santuário de Deus que está no céu, e no seu santuário foi vista a arca do seu pacto; e houve relâmpagos, vozes e trovões, e terremoto e grande saraivada.
Aqui é uma referência a vindicação da violação da Lei de Deus que se dará na segunda vinda. A arca da aliança será vista no Céu. O terremoto e a saraivada se equivalem a SÉTIMA PRAGA.
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Referência Principal da pesquisa: Livro Um Novo Mundo de Alfons Balbach, 29° edição. 1998. Capítulo 8: as 7 trombetas páginas 116-124.
+ atualizações e observações pessoais.

domingo, 30 de agosto de 2015

Emanuel Deus Conosco.

JESUS: 100% HOMEM E 100% DEUS



Ao lermos a Bíblia, vemos claramente o fato de que o homem Jesus Cristo é Deus. Muitas são as passagens bíblicas que ressaltam a humanidade e a divindade de Cristo. Apesar disso, não são poucas as confusões em torno das duas naturezas de Cristo, até mesmo entre cristãos sinceros.

É comum, por exemplo, vermos crentes que pensam que Jesus era 50% homem e 50% Deus. Tal assertiva, à primeira vista, para um crente não familiarizado com a doutrina bíblica, pode parecer normal. Mas não é. Afirmar isso é dizer que Jesus era meio homem e meio Deus, quando as Sagradas Escrituras afirmam que Cristo era, ao mesmo tempo, 100% homem e 100% Deus. Isto é, plenamente humano e absolutamente divino.

A plena humanidade de Cristo
Jesus foi concebido por obra e graça do Espírito Santo no útero de Maria, mas seu nascimento foi normal e humano (Mt 1.25; Lc 2.7 e Gl 4.4). Ele desenvolveu-se no ventre de sua mãe como qualquer outro feto saudável, passando por um período de gestação e trabalho de parto normais. Após seu nascimento, desenvolveu-se fisicamente de forma também normal (Lc 2. 40-52 e Hb 5.8), vivendo sadiamente em um lar (Mc 6.1-6).

As Sagradas Escrituras afirmam que Jesus esteve sujeito a todas as limitações físicas próprias da humanidade: teve sede (Jo 19.28), fome (Mt 21.18) e cansaço (Jo 4.6); e sentiu alegria ( Lc 10.21), tristeza (Mt 26.37), amor (Jo 11.5), compaixão (Mt 9.36), surpresa (Lc 7.9) e ira (Mc 3.5)

O teólogo britânico Bruce Milne, em sua obra Conheça a Verdade (ABU Editora, 1987), destaca que a tradução literal das passagens de Lucas 19.41, Mateus 27.46 e João 2.17 aponta para um Jesus que viveu intensamente as emoções humanas. Em Lucas, lê-se no original grego que "tomado de tristeza incontrolável, chorou". Na passagem de Mateus, lê-se que Jesus teve "uma consternação que se assemelha ao desalento". Já no Evangelho de João, o apóstolo descreve o Mestre com uma "indignação violenta que o consome como fogo".

Mas, uma das provas contundentes da humanidade de Jesus é a sua vida religiosa. Mesmo sendo Deus, Jesus, como homem, precisava estudar. Ele precisou aprender sua língua, como qualquer outra criança (Lc 2.52). Jesus estudou as Escrituras e meditou nelas para poder explicá-las (Lc 2.46,52). Agora , quando explicou-as, o fez com uma percepção singular (Mt 22.29; 26.54,56; Lc 4.21; 24.27, 44). Como homem, Jesus, também precisava orar. Todos os milagres que operou não foram por seu poder como Segunda Pessoa da Trindade, mas pelo poder do Espírito Santo (Mt 12.28; Lc 4.18 e At 10.38). Para isso, Jesus orava constantemente, e algumas vezes a noite inteira (Lc 6.12).

As tentações que sofreu são outra prova eloquente de sua humanidade. Ele foi "tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado" (Hb 4.15). Mas alguém pode dizer: "Será que essas tentações foram mesmo tentações para Ele, uma vez que Jesus não nasceu com natureza pecaminosa?" O fato de que as tentações que Cristo sofreu não terem contado com apoio interno, com uma natureza pecaminosa lutando dentro Dele a favor da tentação, como ocorre conosco quando somos tentados, não significa que Jesus não sofreu pressões quando foi tentado. Lembremos de Adão antes da Queda. Ele é um caso de natureza humana sem pecado, mas sujeita a uma tentação real (Gn 3). Além disso, o "filtro" da proteção divina na hora da tentação não estava sobre Jesus. Como assim?

1 Coríntios 10.13 diz que Deus faz com que nunca sejamos tentados "além das nossas forças". Como parafraseia Bruce Milne, "a tentação que encontramos é filtrada através da mão protetora de Deus". Acredita-se, porém, que, no caso de Jesus, esse "filtro" foi removido. Não é à toa que Cristo chegou a suar sangue em meio à tensão para fazer a vontade do Pai ( Lc 22.44). Assim, "Jesus não participou do pecado original e permaneceu sem pecado durante toda a sua vida, mas como verdadeiro homem, Ele suportou o peso e o poder da tentação a um ponto que jamais iremos experimentar", conclui Milne.

A plena divindade de Cristo
Há um profusão de textos que ressaltam a divindade de Jesus (Rm 9.5; Hb 1.8; Jo 1.1-3; 1.18; 20.28; At 20.28; Tt 2.13 e 2 Pd 1.1). Essas referências que acabei de citar são apenas as mais diretas. Existem outras passagens que, mesmo não sendo tão diretas, afirmam a divindade de Cristo. Por exemplo, aquelas que comparam a glória de Jesus com a glória do próprio Deus (1 Co 2.8; 2 Co 4.4; Hb 1.3; Tg 2.1 e Jo 17.5). Em João 12.41, a glória de Deus em Isaías 6 é a manifestação da glória de Jesus.

Em outras passagens, a Jesus são dirigidas orações e Ele recebe adoração (Ap 5.13; 7.10; 22.20; At 7.59; 9.13 e 1 Co 16.22). No original grego, o mesmo vocábulo usado para se referir à adoração que é devida somente à Deus em Mateus 4.10 (proskyneia) é utilizado para descrever a reação das pessoas em relação a Jesus (Mt 2.2,8,11;14.33; Mc 5.6; Jo 9.38). os discípulos o adoraram (Mt 28.17 e Lc 24.52). Os anjos o adoram (Ap 5.11-12). E detalhe: em todas essas passagens, Jesus aceita a adoração. Porque Ele é Deus!

Poderíamos citar ainda Jesus como Criador (Jo 1.1-3), enviando testemunhas como o próprio Deus (compare  Isaías 43.10 com Atos 1.8), declarando-se Deus (Mc 2.7-12; Jo 8.56-58, 10.30) e julgando, no final dos tempos, "os segredos dos homens" (Rm 2.16), entre tantos outros textos. Mas esses já são suficientes para confirmar a divindade de Cristo. Detenhamo-nos agora na compreensão sobre a coexistência dessas duas naturezas distintas em Jesus - a natureza humana e divina.

Os dois lados da ponte
Compreender a humanidade e a divindade de Cristo é importantíssimo para entendermos a quem adoramos bem como a nossa Salvação em Cristo.

Jesus afirmou que Ele é o único caminho para Deus (Jo 14.6). Logo, Cristo é, por assim dizer, a única ponte sobre o abismo que nos separa de Deus. As pontes, sabemos, unem duas extremidades. Portanto, a título ilustrativo e didático, para entendermos a importância da humanidade e da divindade de Cristo, digamos que cada lado da "Ponte Cristo" representa uma natureza Dele. Um lado da ponte, a natureza humana. O outro lado, a natureza divina. Se cortarmos um dos lados da ponte, não poderemos, claro, chegar ao outro lado. Assim, os dois lados da "Ponte Cristo" têm que estar inteiros, não apenas um, para que cheguemos a Deus.

Se Cristo fosse só homem ou só Deus, seu sacrifício não seria perfeito. Somente um verdadeiro ser humano, plenamente justo, poderia morrer por todos os demais para salvá-los (Rm 5.18-19). Porém, não havia um justo sequer (Rm 3.10,23). Somente Deus é plenamente justo. Portanto, Deus teve que se fazer homem, ser tentado e vencer, e morrer na cruz como propiciação pelos nossos pecados, para que a Salvação fosse possível ( Jo 1.1-5,9-14;3.16,17; Rm 5.12,15).

Cristo é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Jesus não é mais ou menos humano e 100% divino. Ele também não é 100% humano e mais ou menos divino. Ele também não é 50% homem e 50% Deus. A Bíblia diz que somente um Messias 100% homem e 100% Deus poderia efetuar a Salvação (Is 7.14; Ml 4.2; Mt 1.21-23). Em outras palavras, se Jesus era o Messias, e Ele o é, então é plenamente homem sem deixar de ser plenamente Deus. Se dissermos o contrário, sua obra na cruz seria um farsa. Aquele homem que morreu na cruz era Deus. Jesus é Deus feito homem, feito carne por nós (Jo 1.14).

Para entendermos melhor a coexistência dessas suas naturezas distintas em Cristo, vejamos alguns conceitos teológicos e bíblicos indispensáveis sobre a relação entre as duas naturezas de Jesus.

Conceitos das duas naturezas em Cristo
1) A união entre as duas naturezas é hipostática. O Concílio de Calcedônia, realizado em 451 d.C., foi o último que deu fim, uma vez por todas, ao debates sobre a pessoa única de Jesus provocados por pequenos grupos sectários do cristianismo. Foi a declaração de fé desse concílio que serviu de base para todas as formulações ortodoxas sobre a pessoa de Cristo até hoje. Basta lembrar que sua declaração de fé sobre Cristo foi aprovada plenamente pelos reformadores do século 16. Essa declaração afirma: "Devemos confessar que nosso Senhor Jesus Cristo é um único e o mesmo Filho (...) perfeito na divindade (...) perfeito na humanidade (...) de uma sé substância (em grego, homoousios) com o Pai na divindade; uma só substância (homoousios) conosco na humanidade (...), tornado conhecido em duas naturezas (physeis), sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação (...), sendo a propriedade de cada natureza preservada e correndo em uma só pessoa (prosõpon) e uma subsistência (hypostasis)".

Note a ênfase dessa declaração ortodoxa de fé: as duas naturezas de Cristo coexistem "sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação". Ela afirma ainda que Jesus é consubstancial conosco na humanidade e consubstancial com o Pai na divindade (homoousios), e a propriedade de cada uma das naturezas é preservada "concorrendo em uma subsistência". No original grego, o vocábulo que aparece aqui para "uma subsistência" é hypostasis. A ideia que esse termo  dá é a de uma união perfeita das duas naturezas (sem diminuição de nenhuma delas) em uma única pessoa. O seja, Jesus é plenamente homem e plenamente Deus.

O grego é uma língua rica. Ela conta com a riqueza de vocábulos diferentes para se referir a nuances de uma mesma situação. Exemplo: para se referir ao amor, o grego usa quatro vocábulos diferentes. Todos os quatro significam amor, porem cada um expressa um aspecto diferente do amor. Na língua portuguesa não temos isso. Se digo que amo meu amigo e amo minha esposa, claro que todos sabem que refiro-me ao amor em níveis e situações diferentes. Porém, se quiser ser mais preciso, é necessário acrescentar algum adjetivo ao termo amor para que isso seja evidenciado: o amor pelo meu amigo é o amor fraternal e o por minha esposa, amor conjugal.

O grego, por ser uma língua rica, não precisa disso. Há quatro termos que sozinhos significam amor, mas em níveis e situações absolutamente diferentes. Por exemplo, no caso que acabei de citar, seriam  fileo (amor fraternal) e eros (amor conjugal).

Pois bem, os cristãos do quinto século d.C., preocupados com a ortodoxia bíblica, ao procurarem minuciosamente na rica língua grega os termos que melhor expressariam a relação entre a humanidade e a divindade de Cristo, usaram justamente hypostasis. Foi uma escolha cuidadosa e importantíssima. Qualquer outro vocábulo não seria melhor para o caso. É por isso que os teólogos ortodoxos costumam dizer que a união das duas naturezas de Cristo trata-se de uma "fusão hipostática". Isto é, uma fusão perfeita de duas naturezas em uma única pessoa. Em outras palavras, a pessoa Cristo não era 50% homem e 50% Deus, não era meio homem e meio Deus, mas 100% homem e 100% Deus. O Deus Cristo é aquele homem. O homem Cristo é o verdadeiro Deus. Deus feito homem.

2) As duas naturezas coexistem em anipostasia e enipostasia. O que são "anipostasia" e "enipostasia"? Esses termos foram cunhados pela primeira vez por Leôncio de Bizâncio (475-543 d.C.), que na sua juventude aderiu à heresia nestoriana (vamos falar dela mais à frente), mas depois voltou à ortodoxia bíblica. Ele escreveu várias obras apologéticas, combatendo o nestorianismo, o eutiquianismo e o monofisismo, doutrinas heterodoxas sobre a pessoa de Cristo.

Os termos "anipostasia" e "enipostasia" foram usados por Leôncio quando estava em debate a autoconsciência de Cristo. Na época, alguns hereges ensinavam que, já que Jesus era homem e Deus ao mesmo tempo, ou Ele teria duas consciências - uma humana e uma divina, sendo uma á parte da outra - ou teria apenas uma única consciência, que seria ou apenas humana ou apenas divina. Que resolveram? Decidiram que o "eu" autoconsciente de Cristo era apenas divino, não existindo uma autoconsciência humana. em outras palavras, ensinavam o apolinarismo, doutrina que recebe esse nome por ter sido criada por Apolinário (310-390 d.C.), que afirmava que, na encarnação, o corpo de Jesus era humano, mas sua alma era divina. Isto é, Cristo não possuiria uma natureza completamente humana.

Leôncio combateu essa heresia afirmando que, uma vez que Jesus era verdadeiro homem, Ele tinha um corpo  humano e uma alma humana. Caso contrário, sua natureza humana seria incompleta, Ele seria meio homem. logo Jesus, por ter uma alma humana  tinha uma autoconsciência humana, mas esta, ressaltou Leôncio, não possuía existência própria. Ela existia apenas no âmbito da união hipostática, isto é, da união perfeita entre a natureza humana e a divina em uma única pessoa, o Cristo.

O termo usado por Leôncio para se referir à impossibilidade de a autoconsciência humana de Cristo viver à parte de sua divindade chama-se anipostasia. Já o termo usado para se referir ao fato de o "eu" humano autoconsciente de Cristo se achar presente e real apenas no "eu" divino é enipostasia. No grego, en significa "no" (enhypostasia). Já o prefixo grego an de anipostasia (anhypostasia) quer dizer "sem".

3) Há comunhão de propriedades entre as duas naturezas. Havia em Cristo uma comunhão genuína entre as duas naturezas. Portanto, é errado dizer que, quando Jesus efetuou certos atos (milagres), foi apenas como Deus; e, em outros casos, reagiu apenas como homem, não como Deus (quando se cansou, se irritou, sentiu fome e sede).

Ora, a Bíblia diz que os milagres que Jesus fez não foram realizados pelo seu poder como Deus, mas pelo poder do Espírito Santo (At 10.38). Por isso Ele disse aos seus discípulos que eles fariam obras maiores do que as Dele (Jo14.12). Quando Jesus operou milagres, operou-os como homem dependente do Espírito Santo (Lc 4.18). Quem viver uma vida de santidade e de dependência do Espírito, poderá ver também milagres em seu ministério e vida.

E quando Jesus se cansou, não se cansou apenas como homem. Ele se cansou como Deus feito homem, e se irritou como homem e Deus. Aliás, a beleza da encarnação é que ela nos apresenta Deus pisando o nosso chão, suando o nosso suor, comendo o que comemos, dormindo onde dormimos.É o deus verdadeiro vivendo como verdadeiro homem. Era Deus ali, conosco em humanidade.

4) Quando encarnou, Jesus não renunciou as funções e os atributos divinos. Esse princípio da Cristologia foi bastante defendido pelos reformadores ainda no século 16 e consiste no fato de que, enquanto Jesus estava aqui na Terra, Ele continuava com suas funções de sustentador de todas as coisas (Cl 1.17 e Hb 1.3). Jesus também permaneceu superior aos anjos, porque, mesmo sendo homem, continuava sendo o que sempre foi e será - Deus (Mt 26.53 e Hb 1.4-13)

5) As duas naturezas passaram por dois estados - da concepção à morte e da exaltação até hoje. Princípio também frisado pelos reformadores, ele enfatiza o fato de que as duas naturezas de Cristo passaram por dois estados - um da sua concepção no ventre de Maria até a sua ressurreição, e o outro a partir da sua ressurreição e ascensão (At 2.22-36; 2Co 8.9 e Fp 2.5-11). Jesus ressuscitou corporalmente, mas seu corpo, neste novo estado, foi glorificado. O mesmo corpo, mas glorificado.

6) Na encarnação, Cristo não despiu-se de sua divindade, mas de sua glória. A teoria de Kenosis diz que Jesus, quando estava aqui na Terra, despiu-se de sua divindade. Essa teoria baseia-se em uma frágil interpretação da passagem de Filipenses 2.7, que diz que Jesus "esvaziou-se" ou "aniquilou-se a si mesmo". no original grego, o termo usado nessa passagem bíblica é ekenõsen, daí o nome da teoria.

Para tentar não ser taxada como uma teoria que diz que o Jesus encarnado era Deus que passou a ser apenas homem, a Teoria de Kenosis diz que os atributos divinos de Jesus durante seu ministério terreno eram só "latentes" e "exercidos apenas em intervalos". Porém, mesmo que, na fusão entre as duas naturezas, o poder de Jesus como Deus fosse administrado em alguns momentos, isso não significa que ele havia se despido de sua divindade. E a prova está no próprio versículo utilizado para tentar provar o contrário. Uma leitura atenta em Filipenses 2 mostra que o verso 7 não está dizendo que Jesus renunciou seus poderes divinos, mas sim sua glória, isto é, sua dignidade divina. Administrando seu próprio poder depois de encarnado, Jesus "tornou-se a si mesmo insignificante", como ressaltam os teólogos James Packer e Bruce Milne.

Conceitos errados sobre as naturezas de Cristo
Cientes desses princípios, podemos perceber nitidamente agora os erros das heresias acerca da pessoa única de Jesus. Senão, vejamos (e usando a ilustração de Cristo como ponte, de que falamos já neste artigo)

a) Ebionismo - Advindo do cristianismo judaizante, dizia que Jesus era só homem, nada de Deus. Jesus seria apenas um Messias humano, nomeado por Deus para cumprir o seu desígnio e voltar no final dos temposEssa teoria quebra flagrantemente uma extremidade da Ponte Cristo, a divina, portanto é falsa.

b) Docetismo - Movimento que data dos tampos apostólicos e que resolveu cortar a outra extremidade da ponte, eliminando totalmente a humanidade de Cristo. Para o docetismo, Jesus só parecia ser humano (o vocábulo grego doceo significa "parecer"). Baseava-se nos ensinamentos grego-orientais de que a matéria é essencialmente má e que Deus não pode estar sujeito a sentimentos ou outras experiências humanas.

c) Gnosticismo - Tinha uma forte tendência docética. Para os gnósticos, Cristo não era Deus, mas um ser espiritual superior que desceu da "estratosfera celestial" e se uniu, durante algum tempo, a uma pessoa história, Jesus. Portanto, os dois elementos estavam frouxamente ligados em Cristo. Cortavam a ponte nas duas extremidades.

d) Arianismo - Ensino de Ário (256-336 d.C.), presbítero de Alexandria muito influenciado por Orígenes. consistia na ideia de que Jesus era criatura e não Deus. Cortava a ponte na extremidade da divindade. Dizia Ário que mesmo sendo superior aos anjos, "o Filho é criado". Para Ário, houve um tempo em que Ele (Cristo) não existia". O debate começou no Concílio de Nicéia (325), com o arianismo condenado, e resolvido definitivamente no Concílio de Constantinopla (381). Ainda hoje vemos esse ensino em seitas como os cristadelfianos e as Testemunhas de Jeová.

e) Apolinarismo - Para Apolinário (310-390 d.C.), de quem já falamos, na encarnação, o Deus Filho tomou o lugar da alma humana. Assim, Jesus era Deus possuindo um corpo humano. Seu corpo era humano, mas sua alma não. logo, não era plenamente humano. Cortou o lado humano da Ponte Cristo.

f) Nestorianismo - Nestório, que dá nome a esse pensamento, foi arcebispo de Constantinopla em 428 d.C. Contam os historiadores que Nestório, preocupado em defender a humanidade de Cristo, acabou dividindo demais as duas naturezas, colocando em dúvida a unidade pessoal em Cristo. muitos eruditos sérios de hoje afirmam que, provavelmente, Nestório não era nenhum herege, não tendo defendido muitas das opiniões que lhe são atribuídas. Ele teria sido mal interpretado e suas palavras distorcidas. Por isso,  foi removido do seu cargo de arcebispo em 431 d.C., mas trabalhou até a morte como profícuo missionário.

g) Eutiquianismo - É o outro extremo. Se o nestorianismo ensinava a separação exagerada entre as duas naturezas, Eutíquio ensinou uma união radical, ao ponto de afirmar que, na encarnação, a natureza humana se fundiu com a divina ao ponto de ser surgido uma terceira espécie de natureza. Assim Jesus seria uma terceira espécie de ser, nem plenamente homem, nem plenamente Deus. O eutiquianismo foi condenado em 448d.C., no Sínodo de Constantinopla, como heresia. depois de abandonar sua heresia, Eutíqui voltou a ser empossado em suas atividades já no ano seguinte, em 449 d.C.

Após todos esses movimentos, o Concílio de Calcedônia (451 d.C.) fechou os debates sobre as duas naturezas de Cristo com a declaração de fé que já falamos. Jesus, como está claro na Bíblia, é 100% homem e 100% Deus.


Referência Bibliográfica:


Revista Resposta Fiel, ano 6, nº 22, DEZ - JAN- FEV/ 2007, Casa Publicadora das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro, RJ.



Ao lermos a Bíblia, vemos claramente o fato de que o homem Jesus Cristo é Deus. Muitas são as passagens bíblicas que ressaltam a humanidade e a divindade de Cristo. Apesar disso, não são poucas as confusões em torno das duas naturezas de Cristo, até mesmo entre cristãos sinceros.

É comum, por exemplo, vermos crentes que pensam que Jesus era 50% homem e 50% Deus. Tal assertiva, à primeira vista, para um crente não familiarizado com a doutrina bíblica, pode parecer normal. Mas não é. Afirmar isso é dizer que Jesus era meio homem e meio Deus, quando as Sagradas Escrituras afirmam que Cristo era, ao mesmo tempo, 100% homem e 100% Deus. Isto é, plenamente humano e absolutamente divino.

A plena humanidade de Cristo
Jesus foi concebido por obra e graça do Espírito Santo no útero de Maria, mas seu nascimento foi normal e humano (Mt 1.25; Lc 2.7 e Gl 4.4). Ele desenvolveu-se no ventre de sua mãe como qualquer outro feto saudável, passando por um período de gestação e trabalho de parto normais. Após seu nascimento, desenvolveu-se fisicamente de forma também normal (Lc 2. 40-52 e Hb 5.8), vivendo sadiamente em um lar (Mc 6.1-6).

As Sagradas Escrituras afirmam que Jesus esteve sujeito a todas as limitações físicas próprias da humanidade: teve sede (Jo 19.28), fome (Mt 21.18) e cansaço (Jo 4.6); e sentiu alegria ( Lc 10.21), tristeza (Mt 26.37), amor (Jo 11.5), compaixão (Mt 9.36), surpresa (Lc 7.9) e ira (Mc 3.5)

O teólogo britânico Bruce Milne, em sua obra Conheça a Verdade (ABU Editora, 1987), destaca que a tradução literal das passagens de Lucas 19.41, Mateus 27.46 e João 2.17 aponta para um Jesus que viveu intensamente as emoções humanas. Em Lucas, lê-se no original grego que "tomado de tristeza incontrolável, chorou". Na passagem de Mateus, lê-se que Jesus teve "uma consternação que se assemelha ao desalento". Já no Evangelho de João, o apóstolo descreve o Mestre com uma "indignação violenta que o consome como fogo".

Mas, uma das provas contundentes da humanidade de Jesus é a sua vida religiosa. Mesmo sendo Deus, Jesus, como homem, precisava estudar. Ele precisou aprender sua língua, como qualquer outra criança (Lc 2.52). Jesus estudou as Escrituras e meditou nelas para poder explicá-las (Lc 2.46,52). Agora , quando explicou-as, o fez com uma percepção singular (Mt 22.29; 26.54,56; Lc 4.21; 24.27, 44). Como homem, Jesus, também precisava orar. Todos os milagres que operou não foram por seu poder como Segunda Pessoa da Trindade, mas pelo poder do Espírito Santo (Mt 12.28; Lc 4.18 e At 10.38). Para isso, Jesus orava constantemente, e algumas vezes a noite inteira (Lc 6.12).

As tentações que sofreu são outra prova eloquente de sua humanidade. Ele foi "tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado" (Hb 4.15). Mas alguém pode dizer: "Será que essas tentações foram mesmo tentações para Ele, uma vez que Jesus não nasceu com natureza pecaminosa?" O fato de que as tentações que Cristo sofreu não terem contado com apoio interno, com uma natureza pecaminosa lutando dentro Dele a favor da tentação, como ocorre conosco quando somos tentados, não significa que Jesus não sofreu pressões quando foi tentado. Lembremos de Adão antes da Queda. Ele é um caso de natureza humana sem pecado, mas sujeita a uma tentação real (Gn 3). Além disso, o "filtro" da proteção divina na hora da tentação não estava sobre Jesus. Como assim?

1 Coríntios 10.13 diz que Deus faz com que nunca sejamos tentados "além das nossas forças". Como parafraseia Bruce Milne, "a tentação que encontramos é filtrada através da mão protetora de Deus". Acredita-se, porém, que, no caso de Jesus, esse "filtro" foi removido. Não é à toa que Cristo chegou a suar sangue em meio à tensão para fazer a vontade do Pai ( Lc 22.44). Assim, "Jesus não participou do pecado original e permaneceu sem pecado durante toda a sua vida, mas como verdadeiro homem, Ele suportou o peso e o poder da tentação a um ponto que jamais iremos experimentar", conclui Milne.

A plena divindade de Cristo
Há um profusão de textos que ressaltam a divindade de Jesus (Rm 9.5; Hb 1.8; Jo 1.1-3; 1.18; 20.28; At 20.28; Tt 2.13 e 2 Pd 1.1). Essas referências que acabei de citar são apenas as mais diretas. Existem outras passagens que, mesmo não sendo tão diretas, afirmam a divindade de Cristo. Por exemplo, aquelas que comparam a glória de Jesus com a glória do próprio Deus (1 Co 2.8; 2 Co 4.4; Hb 1.3; Tg 2.1 e Jo 17.5). Em João 12.41, a glória de Deus em Isaías 6 é a manifestação da glória de Jesus.

Em outras passagens, a Jesus são dirigidas orações e Ele recebe adoração (Ap 5.13; 7.10; 22.20; At 7.59; 9.13 e 1 Co 16.22). No original grego, o mesmo vocábulo usado para se referir à adoração que é devida somente à Deus em Mateus 4.10 (proskyneia) é utilizado para descrever a reação das pessoas em relação a Jesus (Mt 2.2,8,11;14.33; Mc 5.6; Jo 9.38). os discípulos o adoraram (Mt 28.17 e Lc 24.52). Os anjos o adoram (Ap 5.11-12). E detalhe: em todas essas passagens, Jesus aceita a adoração. Porque Ele é Deus!

Poderíamos citar ainda Jesus como Criador (Jo 1.1-3), enviando testemunhas como o próprio Deus (compare  Isaías 43.10 com Atos 1.8), declarando-se Deus (Mc 2.7-12; Jo 8.56-58, 10.30) e julgando, no final dos tempos, "os segredos dos homens" (Rm 2.16), entre tantos outros textos. Mas esses já são suficientes para confirmar a divindade de Cristo. Detenhamo-nos agora na compreensão sobre a coexistência dessas duas naturezas distintas em Jesus - a natureza humana e divina.

Os dois lados da ponte
Compreender a humanidade e a divindade de Cristo é importantíssimo para entendermos a quem adoramos bem como a nossa Salvação em Cristo.

Jesus afirmou que Ele é o único caminho para Deus (Jo 14.6). Logo, Cristo é, por assim dizer, a única ponte sobre o abismo que nos separa de Deus. As pontes, sabemos, unem duas extremidades. Portanto, a título ilustrativo e didático, para entendermos a importância da humanidade e da divindade de Cristo, digamos que cada lado da "Ponte Cristo" representa uma natureza Dele. Um lado da ponte, a natureza humana. O outro lado, a natureza divina. Se cortarmos um dos lados da ponte, não poderemos, claro, chegar ao outro lado. Assim, os dois lados da "Ponte Cristo" têm que estar inteiros, não apenas um, para que cheguemos a Deus.

Se Cristo fosse só homem ou só Deus, seu sacrifício não seria perfeito. Somente um verdadeiro ser humano, plenamente justo, poderia morrer por todos os demais para salvá-los (Rm 5.18-19). Porém, não havia um justo sequer (Rm 3.10,23). Somente Deus é plenamente justo. Portanto, Deus teve que se fazer homem, ser tentado e vencer, e morrer na cruz como propiciação pelos nossos pecados, para que a Salvação fosse possível ( Jo 1.1-5,9-14;3.16,17; Rm 5.12,15).

Cristo é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Jesus não é mais ou menos humano e 100% divino. Ele também não é 100% humano e mais ou menos divino. Ele também não é 50% homem e 50% Deus. A Bíblia diz que somente um Messias 100% homem e 100% Deus poderia efetuar a Salvação (Is 7.14; Ml 4.2; Mt 1.21-23). Em outras palavras, se Jesus era o Messias, e Ele o é, então é plenamente homem sem deixar de ser plenamente Deus. Se dissermos o contrário, sua obra na cruz seria um farsa. Aquele homem que morreu na cruz era Deus. Jesus é Deus feito homem, feito carne por nós (Jo 1.14).

Para entendermos melhor a coexistência dessas suas naturezas distintas em Cristo, vejamos alguns conceitos teológicos e bíblicos indispensáveis sobre a relação entre as duas naturezas de Jesus.

Conceitos das duas naturezas em Cristo
1) A união entre as duas naturezas é hipostática. O Concílio de Calcedônia, realizado em 451 d.C., foi o último que deu fim, uma vez por todas, ao debates sobre a pessoa única de Jesus provocados por pequenos grupos sectários do cristianismo. Foi a declaração de fé desse concílio que serviu de base para todas as formulações ortodoxas sobre a pessoa de Cristo até hoje. Basta lembrar que sua declaração de fé sobre Cristo foi aprovada plenamente pelos reformadores do século 16. Essa declaração afirma: "Devemos confessar que nosso Senhor Jesus Cristo é um único e o mesmo Filho (...) perfeito na divindade (...) perfeito na humanidade (...) de uma sé substância (em grego, homoousios) com o Pai na divindade; uma só substância (homoousios) conosco na humanidade (...), tornado conhecido em duas naturezas (physeis), sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação (...), sendo a propriedade de cada natureza preservada e correndo em uma só pessoa (prosõpon) e uma subsistência (hypostasis)".

Note a ênfase dessa declaração ortodoxa de fé: as duas naturezas de Cristo coexistem "sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação". Ela afirma ainda que Jesus é consubstancial conosco na humanidade e consubstancial com o Pai na divindade (homoousios), e a propriedade de cada uma das naturezas é preservada "concorrendo em uma subsistência". No original grego, o vocábulo que aparece aqui para "uma subsistência" é hypostasis. A ideia que esse termo  dá é a de uma união perfeita das duas naturezas (sem diminuição de nenhuma delas) em uma única pessoa. O seja, Jesus é plenamente homem e plenamente Deus.

O grego é uma língua rica. Ela conta com a riqueza de vocábulos diferentes para se referir a nuances de uma mesma situação. Exemplo: para se referir ao amor, o grego usa quatro vocábulos diferentes. Todos os quatro significam amor, porem cada um expressa um aspecto diferente do amor. Na língua portuguesa não temos isso. Se digo que amo meu amigo e amo minha esposa, claro que todos sabem que refiro-me ao amor em níveis e situações diferentes. Porém, se quiser ser mais preciso, é necessário acrescentar algum adjetivo ao termo amor para que isso seja evidenciado: o amor pelo meu amigo é o amor fraternal e o por minha esposa, amor conjugal.

O grego, por ser uma língua rica, não precisa disso. Há quatro termos que sozinhos significam amor, mas em níveis e situações absolutamente diferentes. Por exemplo, no caso que acabei de citar, seriam  fileo (amor fraternal) e eros (amor conjugal).

Pois bem, os cristãos do quinto século d.C., preocupados com a ortodoxia bíblica, ao procurarem minuciosamente na rica língua grega os termos que melhor expressariam a relação entre a humanidade e a divindade de Cristo, usaram justamente hypostasis. Foi uma escolha cuidadosa e importantíssima. Qualquer outro vocábulo não seria melhor para o caso. É por isso que os teólogos ortodoxos costumam dizer que a união das duas naturezas de Cristo trata-se de uma "fusão hipostática". Isto é, uma fusão perfeita de duas naturezas em uma única pessoa. Em outras palavras, a pessoa Cristo não era 50% homem e 50% Deus, não era meio homem e meio Deus, mas 100% homem e 100% Deus. O Deus Cristo é aquele homem. O homem Cristo é o verdadeiro Deus. Deus feito homem.

2) As duas naturezas coexistem em anipostasia e enipostasia. O que são "anipostasia" e "enipostasia"? Esses termos foram cunhados pela primeira vez por Leôncio de Bizâncio (475-543 d.C.), que na sua juventude aderiu à heresia nestoriana (vamos falar dela mais à frente), mas depois voltou à ortodoxia bíblica. Ele escreveu várias obras apologéticas, combatendo o nestorianismo, o eutiquianismo e o monofisismo, doutrinas heterodoxas sobre a pessoa de Cristo.

Os termos "anipostasia" e "enipostasia" foram usados por Leôncio quando estava em debate a autoconsciência de Cristo. Na época, alguns hereges ensinavam que, já que Jesus era homem e Deus ao mesmo tempo, ou Ele teria duas consciências - uma humana e uma divina, sendo uma á parte da outra - ou teria apenas uma única consciência, que seria ou apenas humana ou apenas divina. Que resolveram? Decidiram que o "eu" autoconsciente de Cristo era apenas divino, não existindo uma autoconsciência humana. em outras palavras, ensinavam o apolinarismo, doutrina que recebe esse nome por ter sido criada por Apolinário (310-390 d.C.), que afirmava que, na encarnação, o corpo de Jesus era humano, mas sua alma era divina. Isto é, Cristo não possuiria uma natureza completamente humana.

Leôncio combateu essa heresia afirmando que, uma vez que Jesus era verdadeiro homem, Ele tinha um corpo  humano e uma alma humana. Caso contrário, sua natureza humana seria incompleta, Ele seria meio homem. logo Jesus, por ter uma alma humana  tinha uma autoconsciência humana, mas esta, ressaltou Leôncio, não possuía existência própria. Ela existia apenas no âmbito da união hipostática, isto é, da união perfeita entre a natureza humana e a divina em uma única pessoa, o Cristo.

O termo usado por Leôncio para se referir à impossibilidade de a autoconsciência humana de Cristo viver à parte de sua divindade chama-se anipostasia. Já o termo usado para se referir ao fato de o "eu" humano autoconsciente de Cristo se achar presente e real apenas no "eu" divino é enipostasia. No grego, en significa "no" (enhypostasia). Já o prefixo grego an de anipostasia (anhypostasia) quer dizer "sem".

3) Há comunhão de propriedades entre as duas naturezas. Havia em Cristo uma comunhão genuína entre as duas naturezas. Portanto, é errado dizer que, quando Jesus efetuou certos atos (milagres), foi apenas como Deus; e, em outros casos, reagiu apenas como homem, não como Deus (quando se cansou, se irritou, sentiu fome e sede).

Ora, a Bíblia diz que os milagres que Jesus fez não foram realizados pelo seu poder como Deus, mas pelo poder do Espírito Santo (At 10.38). Por isso Ele disse aos seus discípulos que eles fariam obras maiores do que as Dele (Jo14.12). Quando Jesus operou milagres, operou-os como homem dependente do Espírito Santo (Lc 4.18). Quem viver uma vida de santidade e de dependência do Espírito, poderá ver também milagres em seu ministério e vida.

E quando Jesus se cansou, não se cansou apenas como homem. Ele se cansou como Deus feito homem, e se irritou como homem e Deus. Aliás, a beleza da encarnação é que ela nos apresenta Deus pisando o nosso chão, suando o nosso suor, comendo o que comemos, dormindo onde dormimos.É o deus verdadeiro vivendo como verdadeiro homem. Era Deus ali, conosco em humanidade.

4) Quando encarnou, Jesus não renunciou as funções e os atributos divinos. Esse princípio da Cristologia foi bastante defendido pelos reformadores ainda no século 16 e consiste no fato de que, enquanto Jesus estava aqui na Terra, Ele continuava com suas funções de sustentador de todas as coisas (Cl 1.17 e Hb 1.3). Jesus também permaneceu superior aos anjos, porque, mesmo sendo homem, continuava sendo o que sempre foi e será - Deus (Mt 26.53 e Hb 1.4-13)

5) As duas naturezas passaram por dois estados - da concepção à morte e da exaltação até hoje. Princípio também frisado pelos reformadores, ele enfatiza o fato de que as duas naturezas de Cristo passaram por dois estados - um da sua concepção no ventre de Maria até a sua ressurreição, e o outro a partir da sua ressurreição e ascensão (At 2.22-36; 2Co 8.9 e Fp 2.5-11). Jesus ressuscitou corporalmente, mas seu corpo, neste novo estado, foi glorificado. O mesmo corpo, mas glorificado.

6) Na encarnação, Cristo não despiu-se de sua divindade, mas de sua glória. A teoria de Kenosis diz que Jesus, quando estava aqui na Terra, despiu-se de sua divindade. Essa teoria baseia-se em uma frágil interpretação da passagem de Filipenses 2.7, que diz que Jesus "esvaziou-se" ou "aniquilou-se a si mesmo". no original grego, o termo usado nessa passagem bíblica é ekenõsen, daí o nome da teoria.

Para tentar não ser taxada como uma teoria que diz que o Jesus encarnado era Deus que passou a ser apenas homem, a Teoria de Kenosis diz que os atributos divinos de Jesus durante seu ministério terreno eram só "latentes" e "exercidos apenas em intervalos". Porém, mesmo que, na fusão entre as duas naturezas, o poder de Jesus como Deus fosse administrado em alguns momentos, isso não significa que ele havia se despido de sua divindade. E a prova está no próprio versículo utilizado para tentar provar o contrário. Uma leitura atenta em Filipenses 2 mostra que o verso 7 não está dizendo que Jesus renunciou seus poderes divinos, mas sim sua glória, isto é, sua dignidade divina. Administrando seu próprio poder depois de encarnado, Jesus "tornou-se a si mesmo insignificante", como ressaltam os teólogos James Packer e Bruce Milne.

Conceitos errados sobre as naturezas de Cristo
Cientes desses princípios, podemos perceber nitidamente agora os erros das heresias acerca da pessoa única de Jesus. Senão, vejamos (e usando a ilustração de Cristo como ponte, de que falamos já neste artigo)

a) Ebionismo - Advindo do cristianismo judaizante, dizia que Jesus era só homem, nada de Deus. Jesus seria apenas um Messias humano, nomeado por Deus para cumprir o seu desígnio e voltar no final dos temposEssa teoria quebra flagrantemente uma extremidade da Ponte Cristo, a divina, portanto é falsa.

b) Docetismo - Movimento que data dos tampos apostólicos e que resolveu cortar a outra extremidade da ponte, eliminando totalmente a humanidade de Cristo. Para o docetismo, Jesus só parecia ser humano (o vocábulo grego doceo significa "parecer"). Baseava-se nos ensinamentos grego-orientais de que a matéria é essencialmente má e que Deus não pode estar sujeito a sentimentos ou outras experiências humanas.

c) Gnosticismo - Tinha uma forte tendência docética. Para os gnósticos, Cristo não era Deus, mas um ser espiritual superior que desceu da "estratosfera celestial" e se uniu, durante algum tempo, a uma pessoa história, Jesus. Portanto, os dois elementos estavam frouxamente ligados em Cristo. Cortavam a ponte nas duas extremidades.

d) Arianismo - Ensino de Ário (256-336 d.C.), presbítero de Alexandria muito influenciado por Orígenes. consistia na ideia de que Jesus era criatura e não Deus. Cortava a ponte na extremidade da divindade. Dizia Ário que mesmo sendo superior aos anjos, "o Filho é criado". Para Ário, houve um tempo em que Ele (Cristo) não existia". O debate começou no Concílio de Nicéia (325), com o arianismo condenado, e resolvido definitivamente no Concílio de Constantinopla (381). Ainda hoje vemos esse ensino em seitas como os cristadelfianos e as Testemunhas de Jeová.

e) Apolinarismo - Para Apolinário (310-390 d.C.), de quem já falamos, na encarnação, o Deus Filho tomou o lugar da alma humana. Assim, Jesus era Deus possuindo um corpo humano. Seu corpo era humano, mas sua alma não. logo, não era plenamente humano. Cortou o lado humano da Ponte Cristo.

f) Nestorianismo - Nestório, que dá nome a esse pensamento, foi arcebispo de Constantinopla em 428 d.C. Contam os historiadores que Nestório, preocupado em defender a humanidade de Cristo, acabou dividindo demais as duas naturezas, colocando em dúvida a unidade pessoal em Cristo. muitos eruditos sérios de hoje afirmam que, provavelmente, Nestório não era nenhum herege, não tendo defendido muitas das opiniões que lhe são atribuídas. Ele teria sido mal interpretado e suas palavras distorcidas. Por isso,  foi removido do seu cargo de arcebispo em 431 d.C., mas trabalhou até a morte como profícuo missionário.

g) Eutiquianismo - É o outro extremo. Se o nestorianismo ensinava a separação exagerada entre as duas naturezas, Eutíquio ensinou uma união radical, ao ponto de afirmar que, na encarnação, a natureza humana se fundiu com a divina ao ponto de ser surgido uma terceira espécie de natureza. Assim Jesus seria uma terceira espécie de ser, nem plenamente homem, nem plenamente Deus. O eutiquianismo foi condenado em 448d.C., no Sínodo de Constantinopla, como heresia. depois de abandonar sua heresia, Eutíqui voltou a ser empossado em suas atividades já no ano seguinte, em 449 d.C.

Após todos esses movimentos, o Concílio de Calcedônia (451 d.C.) fechou os debates sobre as duas naturezas de Cristo com a declaração de fé que já falamos. Jesus, como está claro na Bíblia, é 100% homem e 100% Deus.


Referência Bibliográfica:


Revista Resposta Fiel, ano 6, nº 22, DEZ - JAN- FEV/ 2007, Casa Publicadora das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro, RJ.
https://setimodia.wordpress.com/palestras-e-series-evangelisticas/alejandro-bullon-audios/

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Aparições de Jesus no Antigo Testamento

Não, você não entendeu errado. E não, não é uma heresia. Jesus Cristo está presente, sim, no Antigo testamento. E não estou falando de Josué (cujo nome em Hebraico é o equivalente ao de Jesus em grego – Yeshua’), ou de alguma citação messiânica sobre Jesus. Me refiro a Jesus conversando pessoalmente com personagens da Bíblia. Duvida? Basta ler até o final.
Antes, precisamos ver as diferenças entre os anjos ‘comuns’ e “O Anjo do Senhor”, que é Jesus.
1.       Anjos não aceitam adoração: O único digno de receber adoração é Deus. O anjo que revelou a visão do Apocalipse à João foi bem claro sobre isso em Ap 22.8,9
E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava para o adorar.
E disse-me: Olha, não faças tal, pporque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.” Ap 22.8,9

2.       O chamado Anjo do Senhor não é citado, em momento algum, após o nascimento de Jesus: Das 188 vezes em que é usada a palara Anjo (mal’ak) no antigo testamento, na maioria delas ela é citada da forma “um anjo do Senhor”. Porém, em 62 dessas passagens, o anjo em questão é chamado de “o Anjo do Senhor”, mostrando que esse anjo é único; especial. E, em todas essas passagens, o chamado Anjo do Senhor toma atitudes que apenas Deus tomaria.
Aparições
                Ao invés de ficar falando de características, é melhor mostrar logo passagens em que a Bíblia fala de um anjo, mas que fica bem claro tratar-se de Deus.

1.       Em Juízes 2.1, fica muito claro que o Anjo do Senhor está falando como se fosse o próprio Deus. Diferente dos outros anjos e dos profetas, não é usada a frase “Assim diz o Senhor:”, ou “Assim diz o Senhor dos exércitos”.
“E subiu o Anjo do Senhor de Gilgal a Boquim e disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais tinha jurado, e disse: Nunca invalidarei o meu concerto convosco.” Jz 2.1

2.       Em Juízes 6.11-16, O Anjo do Senhor aparece a Gideão, dando-o orientações e dizendo à ele que a vitória é certa. Pode-se notar que, durante a passagem, a Bíblia relata que o diálogo acontece entre Gideão e Deus.
Então, o senhor olhou para ele e disse (…)” Jz 6.14

3.       Por último, temos a passagem de Juízes 13.15-22, que tem todas essas indicações, juntas.

“Então Manoá disse ao Anjo do Senhor: ora deixa que te detenhamos, e te preparemos um cabrito. (…) E disse Manoá ao Anjo do Senhor: Qual é o teu nome, para que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos? E o Anjo do Senhor lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso? Então Manoá tomou um cabrito e uma oferta de alimentos, e os ofereceu sobre uma penha ao Senhor: (…) E sucedeu que (…) o Anjo do Senhor subiu na chama do altar; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram em terra sobre seus rostos. (…), então compreendeu Manoá que era o Anjo do Senhor. E disse Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus.Jz 13.15-22

                Podemos ver, nessa passagem, que:
·         O Anjo diz que o próprio nome é maravilhoso – Visto que o profeta Isaías, no Cap 9, Vs 6, diz que “Um menino nos nasceu (…) e o nome dele será maravilhoso, (…) Príncipe da paz.”, se referindo a Jesus.
·         O Anjo do Senhor subiu ao céu junto com a chama do altar – O que, para a maioria dos estudiosos, é considerado uma mostra de que o Anjo (Jesus) fazia parte do sacríficio, que seria consumado muitos anos depois, na cruz.
·         Manoá reconhece que o Anjo era Deus – Manoá, como servo do Senhor (dá pra notar isso pelo fato dele fazer sacrifícios à Deus), reconhece que estava perante Deus, provavelmente por revelação do espírito Santo.
·         O aparecimento do Anjo do Senhor foi para trazer à Manoá o nascimento de Sansão – O anjo veio para dizer à esposa de Manoá que ela teria um filho. Coincidência ou não, esse anjo vem noticiar que uma mulher que não podia ter filhos teria um, de modo parecido com o nascimento de Jesus (Maria era virgem, e a esposa de Manoá, estéril). Podemos ter certeza de que não é o mesmo anjo que foi dar a notícia a Maria mãe de Jesus, pelo simples fato de que o anjo que visitou Maria foi Gabriel (vide Lc 1.26), enquanto o Anjo que visitou Manoa disse “porque perguntas pelo meu nome, visto que é Maravilhoso?”Jz 13.18.

Apesar de não interferir diretamente na nossa salvação, ter o conhecimento de que Jesus já operava maravilhas pessoalmente mesmo no Antigo Testamento, serve para nos mostrar o quão maravilhoso Ele é, e que pode fazer muito, MUITO mais do que podemos imaginar.
                Que esse Jesus maravilhoso, que opera na minha vida e na sua, a cada dia nos ajude mais e mais a caminhar, e que possamos todos, juntos, louvá-lo e adorá-lo nesse novo tempo que há de começar quando ele vier buscar a sua Igreja! Amém!